NP D NP Diário #48 | 10/09/2023 | Participação da rentrée do Bloco de Esquerda de 2023 | Não vejo soluções para a habitação em Portugal

NP Diáio

carlos_pinhal

Filósofo
Staff member
NP Diário #48 | 10/09/2023 | Participação da rentrée do Bloco de Esquerda de 2023 | Não vejo soluções para a habitação em Portugal

▀▄▀▄ Data deste diário ▄▀▄▀
10/09/2023

▀▄▀▄ Texto ▄▀▄▀
10 de Setembro de 2023, pelas 17:34 horas, Viseu. Tenho aproveitado o acesso ao conforto que tenho tido para continuar a criação do novo info maker, ainda que em determinados momento "bata" a desmotivação, o que é normal devido aos ciclos de humor que tenho tido desde sempre.

O novo info maker tem corrido bem, e já tenho tentado criar varias situações que serão uteis para o futuro. Ainda estou na parte da gestão da informação do cliente e carregamento e execução de procedimentos iniciais, para executar o APP(info maker).

1- A pressão para regressar a vila real e o Jantar comício do CHEGA em 2019;

Já tenho pressão para dia 15 de Setembro voltar para Vila Real. Não quero ir, porque o ambiente é prejudicial para a minha evolução psicológica e emocional.

Neste dias, sozinho em Viseu, tenho conseguido ter algum sucesso na disciplina sobre a alimentação e financeiro.

Em 2019 fui a uma jantar comício do partido CHEGA, onde, naturalmente, foram tiradas fotos. Penso que para se falar de determinados partidos com propriedade e profundidade, devemos ter um contacto mínimo com a militância desses partidos. O partido CHEGA tem posições, em algumas temáticas, muito agreste da minha posição, sendo a principal área de divergência entre mim e esse partido, a área económica.

Como é obvio, não me identifico, ideologicamente com o CHEGA, nem com nenhum partido ou ideologia do espectro politico português. No entanto, caso algum dia, tenha projeção mediática, tais imagens do jantar comício do CHEGA poderão "vazar", e assim esse facto ser utilizado para me associar com o CHEGA, partido que mais uma vez não tenho nada haver, ainda que lhe reconheça argumentação politica em algumas áreas de intervenção desse partido.

2- Meu desejo de ir a outro evento politico, de outro partido;

Em consonância com o que é referido, desde de 2019, após ter ido a esse evento partidário do CHEGA, foi meu desejo ir a outro evento partidário de outro partido politico, sediado em Portugal.

No fim de semana da redação do presente NP Diário, surgiu a oportunidade, uma vez que o Partido BLOCO DE ESQUERDA, decidiu organizar o "Fórum do Socialismo" na escola superior de saúde de Viseu. Decidi frequentar o referido "fórum do socialismo".

Inscrevi-me no local indicado na manha do dia 8 de Setembro de 2023, e no final desse dia, pela 21:30, fui assistir á sessão de abertura do referido evento politico, denominado "Sessão Internacionalista: Combater o neofacismo". Na mencionada sessão marcaram presença diversas personalidades ilustres do BLOCO DE ESQUERDA, incluindo a recém eleita coordenadora do partido, Mariana Mortágua.

3- Rentrée do Bloco de Esquerda, Fórum Socialismo - Debates para a alternativa;

Tenho que admitir que esperava um ambiente mais extremo ou extremista, dado a imagem que é passada nos meios de comunicação social. Tal como ocorreu com evento do CHEGA, estive na presença de pessoas normais, que muitas vezes se deixam levar pela polarização e extremização que é feita de forma a beneficiar esses espectros políticos.

Com relação ao discurso proferido nas intervenções das convidadas, e em coerência com o referido titulo, os discursos focaram que se tem de combater a extrema direita, o que para mim só pode ser feito através do combate e eliminação das dificuldades sociais que as pessoas enfrentam no seu dia a dia.

No dia de ontem, sábado 9 de Setembro de 2023, o horário ao longo do dia está dividido em 5 horários em que em cada um dos horários devemos escolher uma sessão ou tema.

4- Comecei o dia 9 de Setembro por frequentar a sessão das 10h, intitulada "Precários 5 estrelas: Como resistir ao capitalismo de plataforma?";

Como o esperado, a parte da palestra ocupou a maior parte do tempo da sessão, deixando muito pouco tempo para o debate, propriamente dito. O orador fez uma boa analise dos problemas que os trabalhadores TVDE, e de outras plataformas, enfrentam, como também mencionou um ponto importante que a legislação vigente desse setor serve para desresponsabilizar as plataformas de responsabilidades associadas á operação. Como seria de esperar, a preocupação do operador foi com o trabalhadores, colocando o que se designa "Operador TVDE" como se contribuísse para o problema, se esquecendo que muitos "Operadores TVDE", são na verdade meros trabalhadores ou motoristas TVDE que foram obrigados a se constituir de tal maneira para poderem trabalhar no setor. Eu fui um claro exemplo disso.

Ainda que tenham apontado alguns problemas certos, omitiram muitos outros problemas graves do setor e as soluções propostas focam mais a intervenção na gestão da atividade, como por exemplo querendo que as plataformas assumem o vinculo com os motoristas, do que na melhoria de condições desses mesmos motoristas.

Existe uma distancia entre mim e o orador no que toca analise dos problemas do setor TVDE e respetivas soluções. No entanto é de louvar que haja um partido politico que, pelo menos, fale deste problema.

5- Sessão das 11:30 - "O que o capitalismo tem haver com a saúde mental?"

Nesta sessão, o orador, ainda que associe a causa da degradação da saúde mental dos trabalhadores exclusivamente ao capitalismo, admite que o trabalho pode contribuir para a referida degradação da saúde mental do trabalhador.

De todas as sessões do dia, esta foi aquela em que a minha posição e a do orador estão mais próximas. O orador referiu pontos muitos importantes, alguns dos quais tenho vindo alertar neste meu espaço desde do começo. Foi referido pelo orador que a degradação da saúde mental do trabalhador é um "ferramenta" do capitalismo, que eu substituo por "sistema", para fazer o trabalhador trabalhar mais.

Com a degradação da saúde mental do trabalhador, existe depois um processo que serve para que o trabalhador se culpe a si próprio daquela condição que foi causada pelas condições de trabalho e de vida a que está submetido, ás quais o trabalhador é muitas vezes alheio. Fazem parte do referido processo, por exemplo, os mental coaching em que estes nunca admitem que a culpa está no "sistema", mas sim na pessoa.

O orador refere ainda o impacto psicológico negativo que o desemprego pode ter para o cidadão. No entanto eu acredito que existem situações de trabalho que impactam mais negativamente do cidadão que uma situação de desemprego.

Foi, de facto, uma sessão muito boa. Só tenho pena que o partido bloco de esquerda não leve muitas questões que foram discutidas nessa sessão a um âmbito nacional, e opte por outras questões, que também podem ter a sua importância.

6- Sessão das 14:15 - "Regionalizar é levar o pais a serio";

Eu acho que as regiões devem ter autonomia do poder central. No entanto, isso não querer dizer independência completa. Fui á referida sessão para perceber qual o conceito de regionalização que os oradores têm para o pais.

Na mencionada sessão os oradores falaram dos pontos positivos que a regionalização trás, falaram dos argumentos que usados contra a regionalização e como se deve rebate-los. Ficou claro que os oradores apoiam a regionalização, no entanto não foi explicado em especifico como seria aplicada ou concretizada essa regionalização.

Tal como em momentos de sessões anteriores, os oradores culparam o Partido Socialista pelo estado em que o pais se encontra nas áreas especificas das sessões.

Em todo o caso os oradores deixaram claro que a questão da regionalização precisa de ser mais discutida e debatida, situação da qual concordo.

7- Sessão das 16:00 - "Diversidade funcional: longas lutas, curtas vitórias";

Tenho de admitir que a minha ida á referida sessão foi um "acidente". Tinha planeado ir á sessão que se intitulava "Ferrovia em Portugal: mobilidade, coesão, património", mas infelizmente foi suprimido. Perante este acontecimento, dirigi-me á sessão que se intitulava "Os perigos da guerra e os caminhos para a paz", mas ao chegar á sala da mencionada sessão, constatei que se encontrava cheia. Perante o que acaba de ser mencionado, revolvi escolher, meio que á pressa, outra sessão para ir.

Não queria ir a uma sessão que falasse sobre a questão ambiental, porque sabia que a distancia entre o que eu penso e a dos oradores, seria grande nesse tema. Decidi entrar, mesmo não sabendo ao certo do que se tratava, na sessão "Diversidade funcional: longas lutas, curtas vitorias".

Admito que foi uma surpresa pela positiva. Um orador era diretor de uma escola que treina cães guia para pessoas cegas e contou-nos durante a sua intervenção de como é feito o processo e de como se processa as coisas.

O segundo orador era uma pessoa de cadeira de rodas que nos tentou explicar, durante a sua intervenção, que as pessoas com deficiência devem ser tratadas de forma normal e não como especiais. Explicou-nos, que mesmo com as limitações que possa ter, uma pessoa com deficiência pode fazer uma vida normal e pode atingir tantos ou mais objetivos que as demais pessoas na sociedade.

Como referi, ainda que tenha sido um acidente, foi a sessão que mais gostei nesse dia de sábado. No entanto, ainda que o orador em cadeira de rodas não goste que tenhamos pena ou que tratemos as pessoas com deficiência de forma diferente, eu sinto uma admiração enorme por essas pessoas porque se amanha tivesse um acidente e ficasse limitado fisicamente, acho que não iria conseguir conviver com esse facto, porque vivemos numa sociedade que está construída para as pessoas "normais" e mesmo essas pessoas "normais" são discriminadas, o que dizer das pessoas com deficiência.

8- Sessão das 17:30 - "Da luta de classes aos "novos movimentos sociais", onde está o proletariado?"

Após a experiencia agradável da sessão das 16:00h, dirigi-me á sessão da luta de classes aos "novos movimentos sociais", onde está o proletariado?. Já cheguei á sessão em "cima" da hora, o que resultou na minha entrada na sala com a sala cheia. Decido, mesmo assim, ficar para assistir á sessão.

Na referida sessão o orador expos a sua opinião sobre o estado da luta de classes e do proletariado. Falou das adaptações e postura que a militância de esquerda deve ter para que não perder espaço no espetro politico.

O orador mencionou a importância que a militância de esquerda tem para proteger os oprimidos e explorados pelo sistema. Acho importante que se fale dos oprimidos e explorados porque na maioria dos momentos existe a impressão que na sociedade contemporânea não existe oprimidos ou explorados.

Ainda assim, o orador falou de uma forma muito abstrata, característica recorrente nos discursos e debates de esquerda, o que não me permitiu, por exemplo, saber o que para o orador significa oprimidos ou explorados.

9 - Dia seguinte de Sessões do "Fórum Socialista" e algum descontrole financeiro

O sábado, 9 de Setembro chegou ao seu fim e o balanço global que faço é positivo.

Em termos de contabilidade pessoal, com a compra de um cinto para as calças e o almoço no Burguer King do fórum de Viseu, a margem financeira que possuía esgotou-se, ficando com um saldo de 10 cêntimos negativos, até aquele dia.

Descontrolei-me nesse dia, mas nada está perdido. No dia seguinte volto a ficar com 4,9€ positivos e tenho a oportunidade de retomar a disciplina financeira a partir dai.

No dia seguinte, domingo 10 de Setembro de 2023, pelas 10 Horas, comecei o dia assistir a sessão denominada por "Como parar a tempestade perfeita na habitação", tema que a mim me diz muito.

10- Sessão das 10:00 - "Como parar a tempestade perfeita na habitação?"

Neste tema da habitação que me é muito caro, fiquei bastante desiludido com o que foi referido pelos oradores. Os oradores referem que para se resolver o problema da habitação em Portugal se tem que tabelar as rendas, que temos que obrigar os donos arrendar as casas vazias ou eliminar os alugueres não declarados.

Referiram ainda que Portugal não tem falta de casas e que o problema está no tipo de procura, nomeadamente com os "Nómadas digitais" ou investimentos imobiliários. Não foi referido o que fazer em relação a este tipo de procura.

Criticaram, ainda, o alojamento local, bem como defenderam que construir mais casas em Portugal não é solução porque Portugal já tem casas suficientes.

11- Conclusão sobre o Evento do Bloco de esquerda

Após a referida sessão das 10 horas, fui a outra que falava das desigualdades sociais, mas estava bastante desiludido com a falta de resposta para um problema grave que é o da habitação.

Não existe em Portugal movimentos ou partidos políticos que defendam medidas eficazes e concretas para resolver este problema da habitação.

Faço um balanço geral positivo do evento, mas claramente existe uma distancia da minha posição para as que são defendidas pelo grupo de pessoas ligadas ao bloco de esquerda. Deixo algumas notas e perceções sobre o evento:

- A intervenção dos oradores demora quase o tempo todo das sessões e o pouco tempo que sobra para debate é ocupado com intervenções longas, e muitas vezes que agregam pouco, dos demais participantes da sessão. Desta forma podemos considerar que não existe debate;

- O objetivo do evento não é debater mas tentar angariar militantes ou seguidores para o bloco de esquerda;

- Existiu uma maior disponibilidade para abordar temas, com uma maior proximidade mas que de certo que esses temas, opiniões ou conclusões não serão assumidos pelo partido bloco de esquerda;

- Esperava um publico mais jovem e mais fora do "padrão";

- Tentam defender medidas que possibilitem poder sobre os outros e coisas dos outros e tentam mobilizar as pessoas para que se aprove essas medidas que irão dar esse poder ao grupo que controlar essas entidades e instituições;

12- Fim do dia

Após sair do evento na hora de almoço, fui ás compras em que gastei 7€, ficando assim com um saldo negativo de 3€. Irá ser muito complicado sobreviver com 5€ por dia porque o custo de vida esta a aumentar cada vez mais.



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