NP D NP Diário #43 | 15/08/2022 | Vou-me arrastando com esta vontade de não fazer nada | Sinto-me sozinho

NP Diáio

carlos_pinhal

Filósofo
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NP Diário #43 | 15/08/2022 | Vou-me arrastando com esta vontade de não fazer nada | Sinto-me sozinho

▀▄▀▄ Data deste diário ▄▀▄▀
15/08/2022

▀▄▀▄ Texto ▄▀▄▀
Escrevo este NP Diário a 15 de agosto de 2022, pelas 10:43 no Pingo doce do Lordelo, Vila Real. Nos últimos dias tenho sido dominado por uma falta de vontade geral. Não tenho conseguido ter animo para fazer nada porque o sentimento que tenho é que nada valerá apena. Olho para o caminho que Portugal está a trilhar e vejo um futuro extremamente sombrio para pessoas da minha condição social de pobreza extrema. Sinto-me um condenado a esta condição social faça o que fizer. Ao dar-me conta desta triste realidade perco a vontade de fazer o que quer que seja.

Não existe nada que eu possa fazer para alterar o curso que Portugal está a tomar. É triste eu sofrer as consequências das decisões de terceiros.

No entanto, ainda que viva este momento de inercia, tenho tentado me mentalizar e acostumar para a realidade que referi. É extremamente importante eu me mentalizar que as coisas são como são e que não existe nada que eu possa fazer. Dentro desta realidade eu tenho que trilhar o caminho que me é possível trilhar. É mais fácil escrever que fazer.

Não consigo tomar coragem para tomar determinadas decisões que iriam acarretar consequências drásticas. Este meu estado inerte, alimenta-se desta minha cobardia.

As pessoas só pensam nelas próprias e tentam, dentro deste sistema injusto, trunfar pessoalmente. A maior parte dessas mesmas pessoas nunca irá conseguir trunfar, e quando se dão conta que é impossível vencerem na vida, em vez de se juntar e lutar para mudar as coisas preferem escolher o caminho do crime e tentar triunfar pessoalmente através da burla, engano, roubo…etc Quando desistes de lutar e escolhes o caminho do crime, estás a dar razão ao sistema. Estás a dar razão a todo a organização judicial e policial.

Olho á minha volta e não encontro ninguém que escolha o caminho da luta por uma sociedade mais justa para todos. Todos estão interessados só no seu próprio "umbigo", seja pelo caminho legal ou pelo caminho ilegal.

Toda esta noção reforça o sentimento de solidão que tenho. Ás vezes tenho mesmo vontade de ir para a rua sem pensar em nada. Sinto-me farto de estar sob o julgo de terceiros. Na rua teria a convicção de reivindicar algo que é meu. Na rua, dentro do possível, poderia fazer as minhas regras ainda que existisse riscos associados. Mas também me pergunto, será que a viver na rua seria diferente? É da resposta a esta pergunta que está a origem da minha cobardia. O meu medo é estando na rua não me conseguir controlar e começar a levar um caminho muito afastado do que tenho idealizado aqui no Nómada Português.

Tenho bastante coisa para fazer e ás vezes até tenho vontade para as fazer. Mas não existe animo para tomar a decisão de fazer.

Não é fácil, mas tenho a plena convicção que o caminho que tenho referido aqui no Nómada Português, é o caminho certo a ser seguido. Dominar as quatro disciplinas, continuar e concluir o plano de reestruturação, iniciar o projeto da maquina geradora de eletricidade a partir do calor de uma vela e acabar de organizar o fórum do Nómada Português é o que deveria me focar e acabar de fazer o mais rápido possível.

Culpar terceiros pela minha inercia é uma cobardia também. Culpar terceiros por não fazer o que acabo de referir é o caminho mais fácil e cobarde também.



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