NP D NP Diário #34 | 16/07/2022 | Acho que estará para breve virar mendigo | Não dá para continuar assim

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carlos_pinhal

Filósofo
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NP Diário #34 | 16/07/2022 | Acho que estará para breve virar mendigo | Não dá para continuar assim

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16/07/2022

▀▄▀▄ Texto ▄▀▄▀
Escrevo este np diário em 16 e julho de 2022 no quarto em que costumo dormir. Mais uma vez estou com o dilema dos horários de atividade trocados, em que estou acordado á noite e a dormir de dia. Esta situação afeta-me bastante psicologicamente, porque sei que com estes horário de atividade não vou conseguir fazer rigorosamente nada.

Quando se depende de terceiros, esses terceiros limitam-nos a nossa liberdade. Geralmente fazem-no de forma a que á primeira vista nunca sejam responsabilizadas por isso. As pessoas gostam de manipular e dominar as decisões que os outros tomam, mas quando os outros enfrentam consequências dessas ingerências feitas pelas pessoas, estas pessoas nunca gostam de assumir a responsabilidade.

Eu vivo na corda bamba. Vivo num dilema. Se continuar aqui, tenho alimentação e algum conforto, mas fico limitado para fazer a minha rotina. Se for para a rua, fico sem alimentação e sem nenhum conforto, posso fazer a minha rotina, mas não tenho energia elétrica sempre disponível para poder trabalhar nos meus documentos, uma vez que preciso de telemóvel ou computador para isso.

Falta sempre alguma coisa para que possamos fazer o que devemos fazer para atingir o sucesso. Esta coisa que falta, em regra, nunca depende nós. A verdade é que quando falhamos nos nossos objetivos por causa destas limitações impostas por terceiros, a sociedade gosta de nos culpar a nós próprios pelo nosso fracasso. É um processo psicológico para nos confundir e em 99% das pessoas resulta muito bem. As pessoas não se dão conta que na verdade estão a ser manipuladas pelo sistema e pela sociedade.

Tenho tentado gerir esta situação nos últimos tempos, mas esta a ser cada vez mais complicado. Sem conseguir disciplinar o meu horário de atividade e realizar a minha rotina que contribua para o cumprimento das disciplinas, física, financeira e alimentar, eu não irei conseguir evoluir e sair desta situação depressiva que me encontro. Se não evoluir, vou certamente regredir.

Tenho de tomar uma decisão. Não será fácil porque o que mais medo tenho é se não estar preparado para controlar o meu psicológico numa situação de fome e mendigagem. Será fácil para as pessoas serem más, desonestas e cruéis comigo numa situação extrema. Não posso de forma nenhuma responder na mesma moeda, sendo igualmente cruel, desonesto e mau. Numa situação extrema de fome, tenho que dominar o meu psicológico para se for o caso, morrer de fome. Não devo, de forma nenhuma, responder á sociedade desonesta e cruel da mesma forma. Tenho que por a minha vida nas mãos de deus.

O meu medo é perante a fome responder de forma violenta, agressiva contra terceiros contrariando assim, tudo o que venho escrito e falado no Nómada Português. Tenho preparado o meu psicológico para me mentalizar que não sou nada nem ninguém. Não tenho que ter orgulho, vergonha, raiva ou ódio porque eu não sou ninguém.

Deus escreve direito por linhas tortas. Talvez o motivo para eu estar a escrever estes diários, seja que quando estiver nesses momentos extremos em que estou prestes a ceder ao odio e raiva, ao ler estes diários, me lembre de quem eu sou. De que sou ninguém, honesto, bom e simpático. Me lembre que a dor e a passagem para a morte são momentos passageiros que por mais que custe, irá passar.

A minha postura tem que ser sempre a postura de humildade e bondade mesmo em situações em que passo fome. Se conseguir este feito, após toda a dor e sofrimento que possa passar, naquele último momento de vida, o meu sentimento será de uma felicidade extrema porque eu consegui cumprir com o dever de qualquer ser humano, de não ceder a sentimentos maus em condições extremas. Tenho que me mentalizar que resistir ao sofrimento e dor continuando a ser bom e honesto, morrer, será uma bênção de deus. Uma bênção que só ele a deve dar. Eu tenho que fazer o meu papel, com toda a honestidade, humildade e bondade, lutar pela vida.

Eu não sou ninguém, e como ninguém que sou, a sociedade e o sistema define muito do que será a minha vida. A mim cabe-me, mantendo toda a bondade, honestidade e humildade resistir, não aceitar e com esta ação de não acatar lutar contra o sistema de uma forma silenciosa e individual.

O sistema e a sociedade contribuem muito para o odio, inveja, cobiça maldade… entre outros sentimentos maus, que existem na população. O sistema domina a população através destes sentimentos negativos, portanto é imperativo que a população fique cada vez mais infetada por tais sentimentos destrutivos da alma.

Ainda que terceiros tenham muita influência no que me acontece na vida, eu também tenho falhado bastante no que diz respeito a fazer o que tenho de fazer. Fundamentalmente por medo e cobardia, estou a adiar ações que terão que ser feitas. Este adiamento é negativo porque os impactos e consequências das ações tomadas hoje, seriam menores que as mesmas ações tomadas amanha. Adiar a tomada de decisões é a pior coisa que podemos fazer. Os problemas só se vão agravando mais.

Eu vou ter que me impor, e começar a realizar a minha rotina que atenda a todas as disciplinas que já citei aqui. Se isso significar ir viver para a rua como mendigo, pois muito bem, estou preparado e terei que enfrentar esse destino.



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