NP D NP Diário #30 | 02/07/2022 | Quanto mais conheço o ser humano, mais tenho a noção que menos humano ele é

NP Diáio

carlos_pinhal

Filósofo
Staff member
NP Diário #30 | 02/07/2022 | Quanto mais conheço o ser humano, mais tenho a nução que menos humano ele é

▀▄▀▄ Data deste diário ▄▀▄▀
02/07/2022

▀▄▀▄ Texto ▄▀▄▀
Estamos a dia 2 de julho de 2022, um sábado e estou a fazer este diário aqui no pingo doce do Lordelo. Tive que vir aqui para que a "pessoa" possa descansar uma vez que irá trabalhar de noite. Visto que vivo no quarto com ela, torna-se complicado estar no quarto enquanto ela tenta descansar. Para facilitar as coisas, prefiro sair casa.
Não fui para a biblioteca municipal de vila real porque hoje encontra-se fechada, visto que neste fim de semana existe uma competição automobilística aqui em vila real. Não sei se por estes dias será algum feriado municipal.
Como havia referido no NP Diário passado, tentei e consegui regular o meu horário de atividade. Neste momento já me estou a levantar de manha, por volta das 8 horas e me deitar por volta das 22. Tive um espaço de 4 ou 5 dias sem a "pessoa" por perto o que deu para me reerguer. Ela veio quinta-feira e já existe tentativas para destabilizar a minha rotina. Tenho me mentalizado e preparado para ir dormir na rua a qualquer momento. Não posso continuar nesta instabilidade em que paro ou deito a perder a evolução que possa ter feito. A culpa desta inconsistência é minha. É minha por não tomar decisões firmes e ter medo das consequências.
Sair de perto dela faz-me bem. Ela aproveita-se do poder que tem devido á minha situação social para mandar e ditar o que tenho de fazer ou como tenho de me comportar. Se estivesse noutra situação social e económica ela seria a mulher perfeita. Dado a minha situação financeira e social não existe mulher ou companheiro perfeito. Não existe porque ninguém deve ficar dependente de outra pessoa. 99% dos casos correm muito mal quando existe dependência. O ideal é que cada um tenha a sua independência e autonomia.
Esta dependência não é uma escolha minha. Bem… na verdade até pode ser se considerarmos que dormir na rua e passar fome é uma opção. Depende do tipo de pessoa que esta a fazer o julgamento. Depende se a pessoa considera que viver na rua e passar fome é um caminho a ser seguido.
Quanto mais conheço o ser humano, mais tenho a noção que menos humano ele é. Hoje olho para trás e começo a rir sozinho quando relembro pensamentos ingénuos como aquele em que as pessoas são tão ou mais humanistas que eu. Começo a rir quando achava que eu perto da generalidade das pessoas não era nada, quando na verdade é precisamente o contrário. As pessoas perto de mim não são nada. Nesta sociedade eu não consigo sucesso porque as minhas virtudes são também os meus defeitos. Ser honesto, sincero ou querer o bem dos outros muitas vezes em detrimento do nosso bem faz com que nós não consigamos evoluir. A sociedade refere que valoriza as virtudes que acabei de referir, mas na verdade ela valoriza não as virtudes em si mas o facto que pessoas que partilham dessas virtudes são mais fáceis de manipular e de serem enganadas. É isto que a sociedade gosta, de manipular e dominar o seu semelhante.
Ter nução destes fatos em qualquer pessoa ou pelo menos na esmagadora maioria, levaria a pessoa a tentar copiar a sociedade, porque se maioria o faz é o porque é o certo a ser feito. Eu não sou assim. Eu não sou a maioria. Sei bem que nunca irei ser sequer compreendido no tempo em vivo. Não consigo explicar, mas sinto que o meu propósito é deixar escrito todo o meu pensamento. Tenho de perder o medo e me por nas mãos de deus. A minha vida, o meu destino é, foi e sempre será dele. Se tiver que morrer, ser torturado é porque assim tem que ser. Eu sou um instrumento dele. Pelo menos eu quero acreditar nisso.
Não acredito em céu ou inferno. Não acredito que seguindo a filosofia de deus consiga obter algum sucesso para mim. Não acredito tenha sucesso nesta sociedade contemporânea. Acredito sim, que pelo menos uma pequena parte do que eu escrever e registar possa ajudar a humanidade no futuro a ser mais humanidade. Se todo este meu trabalho não resultar em nada e no fim for tudo apagado, tenho de aprender a conviver com essa possibilidade de forma natural.
São muitas as vezes em que me recuso aceitar que sou insignificante e diferente. Esta rejeição ao longo dos anos é que me trouxe a este momento critico que vivencio atualmente. Tenho de aceitar que sou insignificante. Tenho de aceitar que o meu pensamento nunca será compreendido ou valorizado e mesmo assim tenho de continuar a ser diferente. Tenho de continuar mesmo sabendo que no fim tudo será apagado.
Tenho de controlar a minha mente. Tenho de atingir o domínio completo da minha mente. Tenho de deixar de seguir impulsos e passar a seguir pensamentos.
Numa primeira fase temos que ter controlo da nossa mente estando num ambiente controlado em que temos conforto, comida e distração. Eu ainda me encontro a tentar dominar esta primeira fase. Conseguir dominar a mente em ambientes controlados é bastante difícil.
Muitos acham que dominam a mente, mas na verdade são escravos dos seus impulsos humanos. Quando te disciplinas para teres reconhecimento ou para teres mais dinheiro estas a seguir o teu instinto humano de domínio e elevação no grupo social. A maior parte das pessoas não faz coisas que gosta, mas porque a isso é coagida ou obrigada. Se amanha me saísse o Euro milhões, eu teria que continuar exatamente os mesmos hábitos e objetivos que tenho hoje. O dinheiro ou a fama não pode ter o poder de te mudar. Eu sou muito imperfeito ainda. Tenho muito para lutar e conquistar no que diz respeito ao domínio e controle da mente.
Em casos mais extremos de controle, é possível dominarmos a dor, é possível dominar a temperatura, o batimento cardíaco… Com domínio completo da mente é possível curar doenças, é possível quase que decidir quando morrer. Obviamente que nunca alcançarei tal nível de controle mental. Tenho de controlar a mente de forma a não deixar que a fome me domine e contamine os meus pensamentos. Tenho de dominar a mente de maneira que se as pessoas serem más e cruéis comigo, isso não me faça cair na tentação de seguir esse caminho, por pensar que esse é o caminho certo a ser seguido. Obviamente que não é o caminho a ser seguido. Tenho de resistir á tentação de me tornar escravo do elogio, valorização ou do dinheiro.
Tenho de ser eu, um ser humano, humano. Ser alguém que é bom e deseja o bem dos outros mais que o seu próprio. Quero ser um ser humano que aceita que não é perfeito, mas luta para a cada dia se tornar uma melhor pessoa no sentido de promover felicidade e qualidade da vida para todos os seres vivos á sua volta. Quero ser um ser humano que não sente odio, inveja ou raiva. O rumo que a minha vida tem levado nos últimos anos tem-me afastado deste ser humano. São muitas as vezes que me tenho deixado contaminar por pensamentos e sentimentos ruins.
Pensar e escrever o que quero ser faz-me aceitar melhor a minha realidade e destino de ter que viver na rua. Quero enfrentar esse destino não com raiva no coração, mas com o coração a palpitar de orgulho pelo que escolhi e lutei para ser enquanto pessoa ou ser humano. Tem sido um ano de mentalização para não ir em busca de reconhecimento ou valorização. Neste tempo fui-me abaixo muitas vezes, mas em todas essas vezes continuou sempre algo a ser feito, uma mentalização para o que tem de passar a ser o meu foco. Maturar e desenvolver as minhas ideias e os meus raciocínios.
Todo o trabalho e cuidado que tenho tido com o fórum tem sido nesse sentido, de ter um "canto" para registrar o que vou fazendo. Perder tempo a organizar e reprogramar tópico maker(o meu site) tem como objetivo deixar o site feito de forma que se amanha precisar de uma funcionalidade, seja mais fácil criar e adicionar essa funcionalidade. Tenho tentado implementar coisas novas no site a nível de programação. Tenho avançado na forma de programar. Acredito que no fim o site me ira ajudar a elevar a moral para o desafio que tenho a seguir que é criar uma máquina que consiga gerar de 50W a 100W a partir do calor de uma vela. Com uma máquina desse género, teria energia elétrica para poder continuar a trabalhar no Nómada Português, mesmo estando na rua. Não ficaria dependente de tomadas de eletricidade e poderia fazer retiros de 2 ou mais dias, dependendo sempre da água e alimentação.
Quando estiver a dormir e viver na rua, irei escrever um plano de restruturação para as minhas dividas. Plano que sei que será ignorado ou rejeitado meus credores. Se o desfecho for este que acabei de relatar só me resta retirar valor ao meu veículo, resultado de uma contração de empréstimo e entregar o referido veículo. Não será algo que me irá agradar mas de uma forma ou de outra tenho de fechar este capítulo das dividas, pagando ou entregando os valores que possuo (só o veiculo) e seguir em frente declarando unilateralmente insolvência pessoal e coletiva(empresa).
O ideal seria conseguir ter o referido plano de restruturação de dividas concluído até 1 de outubro. Se conseguisse isso, iria fazer Viseu até Fátima a pé até 13 de Outubro de 2022. Mas acho complicado conseguir esse plano até á referida data.
Agora o importante é manter esta rotina que tenho hoje, enviar um ponto de situação para os credores e manifestar essa intenção de criar esse tal plano de restruturação, concluir o site e apos isso concluir a organização do fórum de uma vez por todas. Este é o foco para já. Apos isto que acabei de referir é trabalhar no referido gerador de energia de 50W a 100W.
A par disto tudo, continuar com as disciplinas física, financeira e alimentar.



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