R
RCAAP Rss Feeder
Guest
Breve resumo:
Info Adicional:
Autor:
Clica para continuares a ler...
Nas últimas décadas, o contexto extra-hospitalar em Portugal apresentou um desenvolvimento assinalável. O programa de reestruturação dos Serviços de Urgência em Portugal continental motivou a abertura de meios de emergência médica tripulados por enfermeiros, com o objetivo de garantir uma assistência de maior proximidade assumindo o enfermeiro uma maior relevância neste contexto. Enquadrado no paradigma do sistema de emergência médica, o enfermeiro cada vez mais constitui um profissional integrante destes sistemas, desempenhando na equipa SIV um papel de extrema importância, dado que a diferenciação deste meio de socorro é fundamentalmente devido à sua intervenção terapêutica baseada em protocolos complexos de atuação. Com base nestes pressupostos, o presente estudo foi desenvolvido tendo como objetivo geral analisar os contributos da intervenção dos enfermeiros da equipa de ambulância SIV, na evolução do estado clínico do utente. O estudo realizado assentou numa abordagem metodológica de natureza quantitativa, descritivo-correlacional, transversal e observacional. Foram analisados dados recolhidos diretamente dos registos de ocorrências das ambulâncias SIV da Região Norte, no período de 01 de novembro a 31 dezembro 2019, fornecidos pelo INEM, numa amostra de 574 utentes assistidos. Para analisar a evolução do risco clínico dos utentes, durante a intervenção do enfermeiro SIV, foi usada a escala National Early Warning Score (NEWS), escala validada a nível internacional, com um alto grau de sensibilidade para a identificação de vítimas com uma probabilidade aumentada de morte, ou admissão inesperada em unidade de cuidados intensivos. Como resultados, os utentes que compõem a amostra são maioritariamente do sexo masculino (53,0%), com idades que variam entre os 17 anos e os 101 anos. Relativamente à duração da intervenção de cuidados dos enfermeiros da equipa SIV, por utente assistido, na maioria das situações, é igual ou inferior a 30 minutos (52,8%). Os protocolos SIV implementados com maior frequência são os do âmbito médico, sendo o da “Dispneia” o mais utilizado (13,9%) neste âmbito. Relativamente ao score NEWS, na avaliação inicial e na avaliação final, observase uma evolução positiva com significância estatística (classificações positivas n=301 vs classificações negativas n= 88; sig=0,000). Também foi verificada uma evolução positiva com significância estatística quando analisamos a variação do risco clínico NEWS, na maioria dos utentes o risco clínico na avaliação inicial é superior ao da avaliação final (classificações positivas n=203 vs classificações negativas n= 45; sig=0,000).Relacionando o sexo dos utentes, alvo da intervenção dos enfermeiros da equipa de ambulância SIV, com o score NEWS, as mulheres apresentaram um score mais elevado, tanto na primeira como na última avaliação, sendo confirmado, pela análise inferencial, a maior gravidade no sexo feminino (sig= 0,004 e 0,032). A evolução do score NEWS entre as duas avaliações, em função do sexo, foi positiva com significância estatística tanto nas mulheres como nos homens (sig=0,000 e sig=0,000 ) Uma maior gravidade apresentada no sexo feminino também é verificada quando relacionamos o risco clínico NEWS e o sexo, tanto na primeira como na última avaliação (sig= 0,003 e 0,019). A evolução positiva entre avaliações também é constatada quando analisamos o risco clínico nas mulheres e nos homens (sig=0,000 e sig=0,000). Comparando a variação do score NEWS com a idade, constatou-se uma trajetória ascendente na sua variação, aumentando a gravidade no mesmo sentido da idade, nos dois momentos de avaliação. Na análise da evolução do score NEWS entre a primeira e a última avaliação por faixas etárias, verificou-se uma evolução positiva significativamente estatística em todos os grupos, sendo a mais expressiva nos utentes com idades compreendidas entre os 73 e os 91 anos (sig=0,000). O aumento da gravidade no mesmo sentido da idade também é verificado quando analisamos a variação do risco clínico NEWS e as faixas etárias, nos dois momentos de avaliação. A evolução do risco clínico entre avaliações em função da idade também apresentou-se positiva com significância estatística em quase todas as faixas etárias, com maior significância nas idades entre 73 e 91 anos (sig=0,000), a exceção foi a primeira faixa etária com idades compreendias entre 16 e 34 anos (sig= 0,083). À chegada destes utentes ao serviço de urgência, foi atribuído na sua maioria o grau de prioridade “Muito Urgente”, pelo sistema de Triagem de Manchester (47,0%). Com este estudo emergem as conclusões de que o sistema NEWS poderá ser uma mais-valia para o contexto pré-hospitalar português, permitindo contribuir para a segurança dos utentes assistidos. Considera-se fundamental ter ciente de que os Sistemas de Pontuação de Alerta Precoce (SPAP) são instrumentos que devem ser usados de modo a complementar o julgamento clínico, sendo fundamental que os profissionais estejam motivados e recetivos à mudança. É fundamental desenvolver estudos que permitam avaliar a evolução do estado clínico dos utentes, na vertente dos cuidados que são prestados, e perceber o impacto que estes podem ter nas alterações fisiológicas, psicológicas e na continuidade da prestação de cuidados.
Info Adicional:
Nas últimas décadas, o contexto extra-hospitalar em Portugal apresentou um desenvolvimento assinalável. O programa de reestruturação dos Serviços de Urgência em Portugal continental motivou a abertura de meios de emergência médica tripulados por enfermeiros, com o objetivo de garantir uma assistência de maior proximidade assumindo o enfermeiro uma maior relevância neste contexto. Enquadrado no paradigma do sistema de emergência médica, o enfermeiro cada vez mais constitui um profissional integrante destes sistemas, desempenhando na equipa SIV um papel de extrema importância, dado que a diferenciação deste meio de socorro é fundamentalmente devido à sua intervenção terapêutica baseada em protocolos complexos de atuação. Com base nestes pressupostos, o presente estudo foi desenvolvido tendo como objetivo geral analisar os contributos da intervenção dos enfermeiros da equipa de ambulância SIV, na evolução do estado clínico do utente. O estudo realizado assentou numa abordagem metodológica de natureza quantitativa, descritivo-correlacional, transversal e observacional. Foram analisados dados recolhidos diretamente dos registos de ocorrências das ambulâncias SIV da Região Norte, no período de 01 de novembro a 31 dezembro 2019, fornecidos pelo INEM, numa amostra de 574 utentes assistidos. Para analisar a evolução do risco clínico dos utentes, durante a intervenção do enfermeiro SIV, foi usada a escala National Early Warning Score (NEWS), escala validada a nível internacional, com um alto grau de sensibilidade para a identificação de vítimas com uma probabilidade aumentada de morte, ou admissão inesperada em unidade de cuidados intensivos. Como resultados, os utentes que compõem a amostra são maioritariamente do sexo masculino (53,0%), com idades que variam entre os 17 anos e os 101 anos. Relativamente à duração da intervenção de cuidados dos enfermeiros da equipa SIV, por utente assistido, na maioria das situações, é igual ou inferior a 30 minutos (52,8%). Os protocolos SIV implementados com maior frequência são os do âmbito médico, sendo o da “Dispneia” o mais utilizado (13,9%) neste âmbito. Relativamente ao score NEWS, na avaliação inicial e na avaliação final, observase uma evolução positiva com significância estatística (classificações positivas n=301 vs classificações negativas n= 88; sig=0,000). Também foi verificada uma evolução positiva com significância estatística quando analisamos a variação do risco clínico NEWS, na maioria dos utentes o risco clínico na avaliação inicial é superior ao da avaliação final (classificações positivas n=203 vs classificações negativas n= 45; sig=0,000).Relacionando o sexo dos utentes, alvo da intervenção dos enfermeiros da equipa de ambulância SIV, com o score NEWS, as mulheres apresentaram um score mais elevado, tanto na primeira como na última avaliação, sendo confirmado, pela análise inferencial, a maior gravidade no sexo feminino (sig= 0,004 e 0,032). A evolução do score NEWS entre as duas avaliações, em função do sexo, foi positiva com significância estatística tanto nas mulheres como nos homens (sig=0,000 e sig=0,000 ) Uma maior gravidade apresentada no sexo feminino também é verificada quando relacionamos o risco clínico NEWS e o sexo, tanto na primeira como na última avaliação (sig= 0,003 e 0,019). A evolução positiva entre avaliações também é constatada quando analisamos o risco clínico nas mulheres e nos homens (sig=0,000 e sig=0,000). Comparando a variação do score NEWS com a idade, constatou-se uma trajetória ascendente na sua variação, aumentando a gravidade no mesmo sentido da idade, nos dois momentos de avaliação. Na análise da evolução do score NEWS entre a primeira e a última avaliação por faixas etárias, verificou-se uma evolução positiva significativamente estatística em todos os grupos, sendo a mais expressiva nos utentes com idades compreendidas entre os 73 e os 91 anos (sig=0,000). O aumento da gravidade no mesmo sentido da idade também é verificado quando analisamos a variação do risco clínico NEWS e as faixas etárias, nos dois momentos de avaliação. A evolução do risco clínico entre avaliações em função da idade também apresentou-se positiva com significância estatística em quase todas as faixas etárias, com maior significância nas idades entre 73 e 91 anos (sig=0,000), a exceção foi a primeira faixa etária com idades compreendias entre 16 e 34 anos (sig= 0,083). À chegada destes utentes ao serviço de urgência, foi atribuído na sua maioria o grau de prioridade “Muito Urgente”, pelo sistema de Triagem de Manchester (47,0%). Com este estudo emergem as conclusões de que o sistema NEWS poderá ser uma mais-valia para o contexto pré-hospitalar português, permitindo contribuir para a segurança dos utentes assistidos. Considera-se fundamental ter ciente de que os Sistemas de Pontuação de Alerta Precoce (SPAP) são instrumentos que devem ser usados de modo a complementar o julgamento clínico, sendo fundamental que os profissionais estejam motivados e recetivos à mudança. É fundamental desenvolver estudos que permitam avaliar a evolução do estado clínico dos utentes, na vertente dos cuidados que são prestados, e perceber o impacto que estes podem ter nas alterações fisiológicas, psicológicas e na continuidade da prestação de cuidados.
Autor:
Clica para continuares a ler...