R
RCAAP Rss Feeder
Guest
Breve resumo:
Info Adicional:
Autor:
Clica para continuares a ler...
Em meados de setecentos, as misericórdias portuguesas vivem, de forma geral, sob o signo da crise. Uma decadência que, entre outros fatores, brota da excessiva acumulação de dívidas incobráveis, de erros de gestão administrativa, da incúria, de fraudes e subornos eleitorais, da delapidação do património e, não raro, da recorrente distorção da vontade dos doadores. Neste contexto, a Santa Casa da Misericórdia de Vila Franca do Campo não é exceção. Ainda assim, no mais antigo município micaelense, não é o peso das dívidas, nem a persistência de conflitos internos que precipitam a confraria para a crise. De facto, o indesejável arresto dos bens da capela do vigário Manuel Fernandes, o estado de degradação do património emblemático da instituição – hospital, igreja e granéis –, a apatia que se abate sobre a irmandade e, por acréscimo, a incúria e a drástica redução de heranças angariadas são as principais causas que originam o declínio da Santa Casa. Dotada de receitas muito comedidas, quase exclusivamente à base de rendas e foros que se convertem em trigo e moeda, a confraria vilafranquense não tem líderes, nem beneméritos com aptidão, vontade e/ou altruísmo para reverter a situação. Por isso, a meio de setecentos, o quotidiano da irmandade é marcado por muita hesitação, negligência constante e a indevida permanência dos mesmos dirigentes que, sob o pretexto de garantir a continuidade das obras de requalificação do hospital e da igreja, se vão perpetuando no comando da instituição dando azo à emergência de redes clientelares e muita corrupção. Anomalias que contam sempre com a anuência do Definitório e até fomentam a imisção do Juiz de Fora Francisco Pereira de Lacerda que, na mira de colher dividendos políticos e pessoais, também giza “tomar de assalto” a chefia da Santa Casa no ocaso de setecentos. [...].
Info Adicional:
Em meados de setecentos, as misericórdias portuguesas vivem, de forma geral, sob o signo da crise. Uma decadência que, entre outros fatores, brota da excessiva acumulação de dívidas incobráveis, de erros de gestão administrativa, da incúria, de fraudes e subornos eleitorais, da delapidação do património e, não raro, da recorrente distorção da vontade dos doadores. Neste contexto, a Santa Casa da Misericórdia de Vila Franca do Campo não é exceção. Ainda assim, no mais antigo município micaelense, não é o peso das dívidas, nem a persistência de conflitos internos que precipitam a confraria para a crise. De facto, o indesejável arresto dos bens da capela do vigário Manuel Fernandes, o estado de degradação do património emblemático da instituição – hospital, igreja e granéis –, a apatia que se abate sobre a irmandade e, por acréscimo, a incúria e a drástica redução de heranças angariadas são as principais causas que originam o declínio da Santa Casa. Dotada de receitas muito comedidas, quase exclusivamente à base de rendas e foros que se convertem em trigo e moeda, a confraria vilafranquense não tem líderes, nem beneméritos com aptidão, vontade e/ou altruísmo para reverter a situação. Por isso, a meio de setecentos, o quotidiano da irmandade é marcado por muita hesitação, negligência constante e a indevida permanência dos mesmos dirigentes que, sob o pretexto de garantir a continuidade das obras de requalificação do hospital e da igreja, se vão perpetuando no comando da instituição dando azo à emergência de redes clientelares e muita corrupção. Anomalias que contam sempre com a anuência do Definitório e até fomentam a imisção do Juiz de Fora Francisco Pereira de Lacerda que, na mira de colher dividendos políticos e pessoais, também giza “tomar de assalto” a chefia da Santa Casa no ocaso de setecentos. [...].
Autor:
Clica para continuares a ler...